O pão que o distrai, ele, meu cachorro, Nick, não lhe faz
pôr o nariz a farejo, nem correr com o olhar para mim, para o pão, que mergulho
no café com leite. Não levo o pão a boca e este, molhado, meio mole, cai sobre
o prato – ‘sorte, usei prato!’
Na TV, o trabalho da carrocinha, o menino chorando pelo
cachorro apanhado, ‘ele terá grandes chances de ser adotado’ – diz o homem da
carrocinha, o pit bull abandonado, ninguém leva os pit bulls, a venda dos pugs,
yorkshires, valores de joias, e os outros, ali, três dias esperando alguém.
Nick assiste a TV. Nem presta atenção no pão caído no prato,
nem focinho funciona. Na face canina que não é de expressões, olhinhos meio
perdidos na tela da TV. Será que entende?
Hoje, limpando o cantinho das chinchilas no trabalho, ‘cadê
elas que não saem?’, nem colocam o rabo pra fora da toca improvisada, caixa de
relógio d’água. Abro a caixa. As três irmãs chinchilas agora são duas. A mais
velha, Stella, estava caída, fria, e as outras duas, Florence, Ane, de um
canto, olhavam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário