terça-feira, 1 de julho de 2014

Ontem Nick Assistia TV e Hoje Uma Chinchila Morreu



O pão que o distrai, ele, meu cachorro, Nick, não lhe faz pôr o nariz a farejo, nem correr com o olhar para mim, para o pão, que mergulho no café com leite. Não levo o pão a boca e este, molhado, meio mole, cai sobre o prato – ‘sorte, usei prato!’

Na TV, o trabalho da carrocinha, o menino chorando pelo cachorro apanhado, ‘ele terá grandes chances de ser adotado’ – diz o homem da carrocinha, o pit bull abandonado, ninguém leva os pit bulls, a venda dos pugs, yorkshires, valores de joias, e os outros, ali, três dias esperando alguém.

Nick assiste a TV. Nem presta atenção no pão caído no prato, nem focinho funciona. Na face canina que não é de expressões, olhinhos meio perdidos na tela da TV. Será que entende?

Hoje, limpando o cantinho das chinchilas no trabalho, ‘cadê elas que não saem?’, nem colocam o rabo pra fora da toca improvisada, caixa de relógio d’água. Abro a caixa. As três irmãs chinchilas agora são duas. A mais velha, Stella, estava caída, fria, e as outras duas, Florence, Ane, de um canto, olhavam.


Nenhum comentário: