Acordei e esqueci os olhos pregados, sob os quais o sono dançava a noite vívida em pleno dia. Que importam os pássaros diurnos - e seu buzinar ruído que me vem -, se corujo meu dia e mal há raciocínio que se complete, palavra que termina de ser escrita? Corujo na frente de um microcomputador e com seu olho único, brilhoso e quadrado, me coruja a máquina.
sexta-feira, 14 de março de 2014
quarta-feira, 12 de março de 2014
Desafloro
Hoje o jardim amanheceu com as flores no chão. Não as varri
porque espero novas flores - e que as flores de ontem virem adubo das futuras.
Hoje o jardim é todo verde grama, e verde não deixa de ser
esperança, mesmo quando corpos então coloridos, secam-murcham, nesse jardim que
meus sonhos fazem florir. Mas essa onda de causar dor, mesmo quando se põe tão
claro o que pode ser dor, e mesmo assim querer ferir, fazem secar a rosa de
espinhos no centro do jardim. E então são iguais, espinho e rosa, rosa e
espinho.
Coisas, não coisa só.
Nem flor de espinhos, nem espinhos da flor.
Nem dor, nem desaforo. Desaflor.
Espero-te novamente rosa com espinhos, a ser a primeira flor
do novo - das coisas antigas – jardim.
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