segunda-feira, 16 de maio de 2011

Ronny versus Nessie



Este texto funda-se na fundamental importância de fundamentar o esclarecimento de que posso ser qualquer um, mas certamente não sou o Monstro do Lago Ness. Nessie, como também é carinhosamente conhecido, é uma figura bastante diferente de mim. Fisicamente, lembra um Plesiossauro girafalês, espécie bastante diferente Homo sapiens, a qual minha figura se assemelha. Porém, devido aos avanços de Hollywood no que tange maquiagem e figurino - muito já disponível na 25 de março -, isso não comprova muito sobre o fato de que eu sou Ronny e Nessie é Nessie.

Creio que seja notório que Nessie é escocês e provável sobrevivente da era mesozóica - coisa de mais de sessenta milhões de anos. Nada é comprovado, mas é certo que no mínimo Nessie é milenar. Eu tenho menos de três décadas no currículo, dentre as quais no passar dos dias poucas vezes fui visto perto de um lago. Recordo-me de apenas duas, aqui mesmo no Brasil - meu local de origem - Avenida Lins de Vasconcelos, Cambuci, São Paulo (existem laudos). E eis então uma prova cabal de que Ronny e Nessie são seres distintos. De todos os flagrantes fotográficos - incluso os falsos - nenhum registrou Nessie de boia na cintura, o que me seria de fundamental utilidade para a sobrevida no meio de um lago com mais de duzentos metros de profundidade. Além do mais, Nessie, rapaz tímido, gosta de permanecer por longos períodos sob a água, fugindo dos curiosos e saracoteando amorosamente com suas pesadas nadadeiras os salmões e outros peixes de água fria, dos quais depois se alimenta. Vinte segundos é o tempo máximo que consigo permanecer em apneia sem entrar em pânico, não possuo nadadeiras e dos seres marítimos conhecidos, o que mais se assemelha a minha espécie é a sereia, lendária afilhada do peixe-boi. Nem as sereias e os bois me apetecem amorosamente.