Hoje o jardim amanheceu com as flores no chão. Não as varri
porque espero novas flores - e que as flores de ontem virem adubo das futuras.
Hoje o jardim é todo verde grama, e verde não deixa de ser
esperança, mesmo quando corpos então coloridos, secam-murcham, nesse jardim que
meus sonhos fazem florir. Mas essa onda de causar dor, mesmo quando se põe tão
claro o que pode ser dor, e mesmo assim querer ferir, fazem secar a rosa de
espinhos no centro do jardim. E então são iguais, espinho e rosa, rosa e
espinho.
Coisas, não coisa só.
Nem flor de espinhos, nem espinhos da flor.
Nem dor, nem desaforo. Desaflor.
Espero-te novamente rosa com espinhos, a ser a primeira flor
do novo - das coisas antigas – jardim.
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