domingo, 2 de novembro de 2014

Para Deus e Esperança





Tenho estado essa coisa assim um tanto melancólica desde ‘miados’ de junho, meio soturno como os gatos, mas ainda sem a coragem das grandes alturas e caminhos das tortas beiras. Tenho sido sim essa coisinha um tanto chata de riso difícil, meio ‘ai, que fossa esse cara’, ou pior ainda ‘ai, por que chamamos ele pra sair?’, não digo que estas falas são suas, na verdade são minhas quando olho para mim mesmo e já um tanto cansado do que me vejo, me bombardeio na falta de inimigos que o façam – e se fosse guerra essa batalha, é, talvez eu já entrasse nela de armas abaixadas, mas por sorte é só esse lance de vida, que é complicado mesmo, acontece assim que saímos de nossas mamães.


Mas a fossa não é toda merda, na verdade tem sido parte estudo e produção e crescimento – e a outra grande parte, vazio. Pergunto-me se não seria melhor se fosse merda. Vazio remete a essa coisa de inércia que tanto me sufoca, mas da qual cada vez mais, tenho que admitir, tem sido difícil de lado deixar. Às vezes apenas me entrego e depois que o tempo passou e nada aconteceu, me vejo com certo medo da coisa que sou. De como ‘coisifico’, ‘causifico’, emudeço, um tanto de mim. Tenho certo receio desse período de férias que se aproxima e do quão pode aumentar essa estada do vazio. Enfim, são pensamentos sobre mim, desculpa.


Só queria dizer que hoje ri um riso verdadeiro – que confesso só ter acontecido ultimamente na ELT, este lugar no qual entro conseguindo deixar um eu inerte do lado de fora da porta. E já fazia tempo que eu não ria sem um compromisso que pareço ter assumido com esse tal estado nulo ou igual de forças que tomam esta forma atual de mim, rir sem medo da tal forma de angústia (sim, aconteceu logo em seguida), esquecendo qualquer pedaço de mim que pudesse estar mais gasto ou fragilizado. E confesso que nem mesmo a Guarapiranga de margens lodosas encolhidas teve força para abalar o riso frouxo e sorrir, agora, o auge do brega, AQUELE SORRISO QUE VEM DE DENTRO, que durou ali, aquelas horas da manhã deste sábado, mas revitalizou o agora, aqui no quarto, antes de assistir um filme ou simplesmente dormir, e digo obrigado por ter ficado como na foto aqui embaixo do texto, uma feliz verdade.


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