domingo, 20 de julho de 2008

Dia do amigo

Quero dizer algo sem dizer e assim tornar mais que nunca, o dito pelo não dito. Tenho minhas dúvidas se realmente um dia fui infeliz, mas é bem capaz que sim. Infeliz com toda a não sutileza de um tornado, enquanto era feliz como uma delicada brisa rouca. Pouco audível, pouco sensível, levemente percebível.
Notaria apenas as paredes brancas me sufocando, ao mesmo tempo em que pouco a pouco me pressionavam a sair, o que fazem novamente quando de novo me recolho. Sempre indevidamente.
O raio de sol bateu na parede e indignado deu meia-volta. “Como pode não me querer na sua pele, infeliz ser humano?” A pessoa pálida nem se quer deu ouvidos, mas a parede esquentou levemente. Foi quando uma gota de suor correu o rosto do infeliz ser humano. O infeliz ser humano pensou ser uma lágrima e foi a janela, para que o vento a secasse. Não havia vento. Apenas a brisa. A felicidade rouca pouco percebível que o fez sair.
Os raios de sol ficaram bastante surpresos com tamanha palidez finalmente dando as caras. E também assustados, porque por um instante seu emissor escondeu-se atrás de uma única e grande nuvem. Pouco a pouco, a nuvem deu passagem e os raios do sol permitiram-se cair,
ainda que trêmulos, sobre a pele do pálido ser humano. Foi o bronzear mais rápido da história. Empatia total.
Então o ser humano se acostuma. Acostuma-se com os raios de sol (1), com a brisa, cada dia menos rouca, com o horizonte. E assim, com a idéia de conhecer e descobrir, a vida faz sentido.

(1) Raios de sol. Lê-se: amigos.

Oferecimento:
Chocolate, que misturado as “coisas”, vira chocolate meio amargo, que é divino, delicioso e relaxa.
Ronny Leal

Nenhum comentário: