quarta-feira, 7 de maio de 2008

Bola de gude sem freio

Você se sente atraído pela paixão?
Ou pela emoção?
Eu sinto profunda ternura
Profundo gosto neste vazio
Não me pergunte como sinto
Apenas acredito... quando me permito

O problema da minha criança
Foi o ato sentido antes do tempo
(desejo precoce, desejo puxado)
O amor deixado de lado
O toque hoje tendo que se sobrepor ao medo

Não é um homem todos os homens do mundo

O amor que corre
Você é visto como um erro
Mas não posso ser feliz se não lhe assumir
Meu demônio é o ódio dessa criança
Que hoje precisa de colo

Como posso usar meu demônio no palco
Sem machucar minha sofrida criança?

Como posso ser um ator
Se tenho medo do meu demônio?

Como serei homem sem crescer?
Menino, você é bom e não me prenda
Está no meu colo e hoje quem sou lhe acolhe
O que eu sou lhe acolhe
Seja lá o que sou
Sou o que tenho
Sou minha ferramenta
Sou o medo e o ódio
Sou antes de tudo sangue jorrando
Eterno sangue de criança nos lençóis
E tudo isso eu posso fazer ser amor.

Ronny Leal Santos, 22 anos (na época), sabendo que o passado deve
ter o peso de uma bola de gude, e que coisas redondas e pequenas são difíceis de serem equilibradas. De qualquer forma, sei que o equilibrio
nunca será minha constante.

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