
Notaria apenas as paredes brancas me sufocando, ao mesmo tempo em que pouco a pouco me pressionavam a sair, o que fazem novamente quando de novo me recolho. Sempre indevidamente.
O raio de sol bateu na parede e indignado deu meia-volta. “Como pode não me querer na sua pele, infeliz ser humano?” A pessoa pálida nem se quer deu ouvidos, mas a parede esquentou levemente. Foi quando uma gota de suor correu o rosto do infeliz ser humano. O infeliz ser humano pensou ser uma lágrima e foi a janela, para que o vento a secasse. Não havia vento. Apenas a brisa. A felicidade rouca pouco percebível que o fez sair.
Os raios de sol ficaram bastante surpresos com tamanha palidez finalmente dando as caras. E também assustados, porque por um instante seu emissor escondeu-se atrás de uma única e grande nuvem. Pouco a pouco, a nuvem deu passagem e os raios do sol permitiram-se cair,
ainda que trêmulos, sobre a pele do pálido ser humano. Foi o bronzear mais rápido da história. Empatia total.
Então o ser humano se acostuma. Acostuma-se com os raios de sol (1), com a brisa, cada dia menos rouca, com o horizonte. E assim, com a idéia de conhecer e descobrir, a vida faz sentido.
(1) Raios de sol. Lê-se: amigos.
Oferecimento:
Chocolate, que misturado as “coisas”, vira chocolate meio amargo, que é divino, delicioso e relaxa.
Ronny Leal